O Brasil é um dos países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica (1998) e utiliza as Listas de Espécies Ameaçadas desde a década de 1960. Na lista oficial mais recente publicada em 2018, Atta robusta foi incluída na categoria ameaçada (vulnerável) (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ICMBIO, 2018). A espécie tem sido alvo de diversos estudos nos últimos anos e informações sobre distribuição geográfica foram publicadas por Teixeira et al. (2003, 2004), e Dáttilo et al. (2012). As interações com outros organismos foram estudadas por Teixeira (2007) e Gomes et al. (2013) enquanto a influência dos ninhos de A. robusta na ciclagem de nutrientes foi avaliada por Madureira (2012). A estrutura genética de populações de A. robusta foi estudada por Reis et al. (2014) e informações sobre relações filogenéticas com outras espécies do gênero Atta podem ser encontradas em Bacci et al. (2009). No entanto, apesar do conhecimento acumulado até o momento, nenhum monitoramento populacional foi feito. As poucas informações sobre aspectos populacionais da espécie estão restritas à região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro (Fowler 1995). Portanto, este projeto pretende preencher a lacuna nos estudos populacionais de A. robusta, oficialmente listada como vulnerável à extinção no Brasil, ao longo da costa do estado do Rio de Janeiro. Além disso, há pouca comunicação entre os cientistas e a sociedade sobre as espécies listadas como ameaçadas de extinção. O nosso projeto pretende aliar os estudos científicos sobre a espécie a um trabalho de divulgação científica que sensibilize a sociedade para a necessidade de conservar a espécie e o seu habitat.
Nosso objetivo principal é estudar as populações de A. robusta e oferecer diferentes subsídios para protegê-las por meio da educação ambiental no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os objetivos específicos são:
• Gerar informações sobre abundância e distribuição espacial/geográfica de A. robusta.
• Determinar o tamanho da população em diferentes estágios ontogênicos.
• Estudar os habitats nos quais o A. robusta é encontrada.
• Identificar os locais prioritários para a conservação da espécie.
• Usando abordagens participativas, trabalhar com a comunidade e autoridades locais para sensibilizar e aumentar a conscientização sobre a importância ecológica de A. robusta em comunidades selecionadas.
Com todas as informações levantadas neste projeto, iremos atualizar o estado de conservação da espécie na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas da Fauna Brasileira e submetê-la à avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Além disso, A. robusta pode ser usada como espécie guarda-chuva para declarar seus habitats prioritários como áreas naturais protegidas e restaurar as áreas que promovem a conectividade entre as populações. Pretendemos monitorar o tamanho da população de A. robusta em localidades selecionadas por pelo menos duas vezes durante os próximos 10 anos para detectar tendências populacionais.

Coordenadores